1-Ilustração de Horapollo, c.1514

– um cão com uma estola- para representar o excelso príncipe. No Egipto os cães quando entravam nos templos fitavam as imagens dos deuses
– dois homens sentados num banco- Quando querem representar um santuário eles desenham um guarda, porque por meio dele o tempo é guardado
– o horocopista- para se representar um horocopista desenha-se um homem a devorar as horas
– fogo e água- Para representar a pureza desenham o fogo e a água porque por meio destes elementos que todas as coisas são purificadas

2- Panegírico sincrético dedicado ao Imperador Maximiliano I, composto num misto de simbologia cristã com suposta hieroglifica egípcia c.1519.

A segunda imagem consiste num detalhe de um arco triunfal que fazia parte de um invulgar programa propagandístico em forma de gravuras, encomendado em 1515 pelo proprio Imperador.
O conjunto do vasto projecto, que incluía também um cortejo triunfal, levou catorze anos a ser realizado, ficando concluído quando o monarca já tinha morrido.
Durer desenhou grande parte da obra, seguindo propostas de Johannes Stabius, astrónomo da corte, que também fazia parte da equipa. A este se deve a ideia de transformar o conjunto numa compilação gigantesca de noventa e duas xilogravuras que em conjunto atingem os 3,5 metros de altura por 3 de largura.

“Triunfo do Imperdor Maximiliano”

Um príncipe (cão coberto por uma estola) de grande piedade (estrela por cima da coroa do Imperador), o mais magnânimo, poderoso e corajoso (leão), enobrecido pela imperecível e eterna fama (basilisco na coroa do Imperador), descendente de antiga linhagem (a folha de papiro em que está sentado), Imperador Romano (águias bordadas nas vestes de honra) dotado de todos os dons da natureza e possuído de arte e entendimento (orvalho caindo do céu) e senhor de uma grande parte do globo terrestre (cobra enrolada no ceptro)- dotado de guerreira virtude e grande discrição (touro) ganhou uma brilhante vitória (falcão no globo) sobre o poderoso rei aqui indicado (galo em cima de serpente, representando o rei de França) e protegendo-se vigilantemente a si próprio (grou erguendo um pau) dos estratagemas do triste inimigo, o que foi impossível (pés andando sozinhos sobre a água) por todas as formas.

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